As Florações

2023 → 2024

Impressões sobre goma arábica + recortes à tesoura + colagens sobre papel artesanal (bananeira seca) + montagens de fragmentos de papel "off set".

“E que árvores, afora muitas, o Grivo pôde ver? Com que pessôas de árvores ele topou?

A ana sorte. O joão-curto. O joão-corrêa. A três marias. O sebastião-de-arrumada. O são fidélis. O angelim-macho. O angelim-amargo. O joão-leite. O guzabu-preto. O capitão-do-campo. A bela-corísia. O barabú. A gorazema. A árvore-da-vaca. A ciiriba. A nhaiva. O oití-bêbado. O carvão-branco. O pau-de-pente. O sete-casacas. A carrancuda. O triste-flor. O cabelo-de-negro. O catinga-de-porco. A carne-de-anta. O bate-caixa. A bolsa-de-pastor. A chupa-ferro. O gonçalo-alves. A casca-do-brasil. O calcanhar-de-cutia. O jacarandá-mimosim. A canela-atôa. A carne-de-vaca. A rama-de-bezerro. A capa-rosa-de-judeu. A maria-pobre. A colher-de-vaqueiro. O jacarandá-muxiba.

Há em todas as minhas coleções e estudos visuais, uma árvore. Assim foi nos desenhos de Reflaxões nos anos 70, no institucional produzido para o CCJ e no estudo morfológico de um dos portais de Hampton Court. Também plantei algumas árvores e tentei preservar as que tinha no meu quintal. Em Corpo de Baile, este meu último ensaio visual elas ainda não emergiram. Virão à tona com certeza.

O grôsso-ai. A combuca-de-macaco. O pente-de-macaco. O macaqueiro. A árvore-de-folha-parida. O castiçal. O mamal. O frei-jorge. A cachapapôrra-de-gentio. O açoita-cavalos. O amança-bestas. O rosa-do-norte. O bordão-velho. O cega-machado. A uva-pura-do-campo. O tira-teima. O bálsamo-de-cheiro-eterno. O araticum-do-sertão. O cajá-do-sertão. A embira-barriguda-do-sertão. A timborna-sertã. O mundo-sertão. A perova-baiã. A fava-do-sertão-da-bahia. O bucho-de-boi. A costela-de-vaca. A arara-uva. O testa-de-boi. O grão-de-cavalo. A rajadeira. O Moreira-amarél. A árvore-que-muito-fede. O angico-surucucú. O araçá-pomba. A amendoeirana. O cedro-fêmea. A murta-de parida.

O tingui-capeta. O araçá-das-almas. O banda-de-sargento. O baba-de-boi. A birbissona. O palmeirim. O zé-que-canta. O piri-joão. O coquim-de-amar. O coco-do-vaqueiro. O rompe-gibão. A sombra-de-touro. O sassafrás-da-terra. O criulí. O coti-caém. O cedro-í. O cedro-nã. O potumujú. O guapuruvú. A pereira-oá. A urú-joana. A tararanga-branca. O torém. O xixá. O uiapiúm-uassú. O mata-caçador. O tora-tora. O ainda-vais. O bôba-bicho. O capitão-cascudo. O ajunta-chuva. A fêmea-de-todos. A alta-sáia. O pau-que-pensa. O sossegador. O nunca-morre. O esconde-amores. O tonta-amalandro. O pau-mijado. O pau-morcego. O uaiandi. A jana-una. A urunduva. O guajabara. O ibiracema. O guabípocaíba. Auuúcuúba. O araticum-da-beira-do-rio. O pau-paraíba. O BURITI – palmeira grossa. O Buriti, sempre... Carnaúbas. Pindovas.

O uauassú.
- E os carrapichos, os carrapichinhos que querem vir na roupa da gente?
- Amorico. Mineirinha. Isabel. Amor-do-campo. Sensitiva-mansa. Amor-de-vaqueiro. Amor-de-negro. Amor-do-campo-sujo. Amores-do-campo-seco. Amor seco. Amorzinho seco.
- Só? E os outros que vêm logo depois?
- O juiz-de-paz. O santa-helena. O mãe-isabel. O pega-maço. O barbadim. O barbadão. O cabeça-chat. O carrasquinho. O ouriço-ouriço. O péga-pega. O beiço-de-boi. O barba-de-burro. O barba-de-boi. O nariz-de-boi. O bunda-de-mãe-isabel. O marmelada-de-cachorro. O a-ti-de-espinho. O arre-diabo. E o picão de florinhas rôxas que dá cachos em novembro(...)”
ROSA ROSAE ROSARUM