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André Leite Coelho

É curioso nos depararmos com certas mensagens que, depois de interpretadas, vêm iluminar e dar significado aos percursos que trilhávamos quando guiados pela intuição!

O que sucedeu foi o seguinte Monforte: há certo tempo comecei a estudar a obra de Anselm Kieffer, e uma das pinturas dele me chamou muito a atenção. O nome do quadro era “Nigredo”. Procurei então o que este termo significava e descobri se tratar de uma das quatro fases da “Opera Alquímica”. A partir desta descoberta, dei início ao estudo da simbologia alquímica que tem me fascinado! (aliás encontrei alguns temas que se relacionam bastante com um novo projeto que tenho em mente o qual, em momento mais oportuno, lhe mostrarei). Daí cheguei num livro do Jung chamado “Psicologia e Alquimía” e encontrei a seguinte passagem:

“Não deve ser por acaso que o tratado de MARIA fala do “matrimonium alchymicum”, num diálogo com o filósofo Aros; daí provem um conhecido ditado que apareceu mais tarde: “case goma com a goma num matrimônio verdadeiro”. Tratava-se originalmente da goma arábica usada aqui como um arcano da substância transformadora, devido à sua qualidade adesiva. Assim por exemplo Khunrath esclarece que a goma “vermelha” é a “resina dos sábios” e um sinônimo da substância transformadora. Esta substância como “vis animans” (força vital) é comparada por outro intérprete com o “glutinum mundi” (cola do mundo), mediadora entre o espírito e o corpo, sendo ao mesmo tempo a união de ambos. O antigo tratado Consilium Coniugii explica que o “homem filosofal” é feito das quatro naturezas da pedra. Três delas seriam terrestres , ou da terra; “a quarta natureza é a água da pedra, isto é, o ouro viscoso, denominado goma vermelha, com a qual são tingidas as três naturezas terrestres...”

Enfim, este livro também guarda reflexões bem interessantes sobre o sentido alegórico da alquimia e achei curioso encontrar você (sua obra inclusa) nestas novas relações.

um abraço e até mais!

André Leite Coelho