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O Mito e a desintegração da Imagem

Por Arlindo Machado

(...) Como suporte das imagens foram utilizados os mais variados tipos de papéis, tecidos e até mesmo o vinil preparado. O resultado é um universo de insólita plasticidade, com as figuras dissolvidas em manchas de cores e os motivos originais transfigurados em fantásticas paisagens. Algo bem diferente, portanto, do que nós convencionalmente entendemos por fotografia, livre do estereótipo figurativo que caracteriza a produção habitual. E no entanto, por mais que isso escandalize os ortodoxos, é fotografia pura, ou seja, registro de informações de luz sobre uma base emulsionada.

O trabalho fotográfico de Monforte constitui, antes de mais nada, uma experiência de desregramento dos aparelhos geradores de imagem figurativa, pressupondo, portanto, uma atitude de inconformismo em relação às determinações do dispositivo técnico. (...)"

Fonte: in Machado, Arlindo. O mito e a desintegração da imagem. Folha de S. Paulo